sexta-feira, 23 de abril de 2010

Desse jeito eu não brinco mais...

Opinião do blog
O deputado federal e ex-presidenciável Ciro Gomes, do PSB, perdeu uma grande oportunidade de deixar a pré-campanha de cabeça erguida.

Postura de mau perdedor foi exibida pelo Sr. Ciro Gomes, ao deixar a pré-campanha presidencial de 2010, logo que se confirmou o rumor de que o seu partido, o PSB, não lançaria candidato próprio e apoiaria a chapa governista, da ex-ministra Dilma Roussef. Disparou na candidatura governista, elogiou o arqui-inimigo e desafeto histórico José Serra, de quem já disse o diabo e ainda revelou seu lado neo-urubólogo, ao vaticinar uma suposta crise fiscal e cambial no próximo biênio, para cujo enfrentamento o candidato da oposição, na opinião do declarante, estaria mais preparado (eis o link: http://noticias.br.msn.com/brasil/artigo.aspx?cp-documentid=23995951).

O Sr. Ciro Gomes agiu como aquele menino perna-de-pau, que é chamado para a pelada só porque tem a bola, mas quando o seu time começa a perder, coloca a bola debaixo do braço, acaba com a brincadeira e sai botando a culpa nos companheiros.

Ao destilar o seu veneno, o Sr. Ciro Gomes pretendeu vingar-se do Presidente Lula, a quem, pelo jeito, atribui a responsabilidade pelo fracasso da sua pretensão eleitoral de 2010. Talvez o Sr. Ciro Gomes tenha entendido que as suas declarações abalariam as convicções dos eleitores simpáticos à candidatura governista e empurrariam seus raquíticos oito por cento de intenções de voto para a principal chapa da oposição. Ainda insinuou que Lula estaria de “salto alto” e sem noção da realidade do desenho eleitoral.

Engana-se, pois Lula conhece o quadro eleitoral como a palma de sua mão, carrega nada menos que cinco pleitos presidenciais na bagagem, conhece a cara dos eleitores, resultado de suas décadas de andanças e também está aprendendo a fazer política do jeito mineiro: nas entrelinhas, no silêncio que diz mais que um discurso e na convicção de que seus opositores vão tropeçar sozinhos, sem que ele precise passar a rasteira.

Ganhou o eleitor, que agora está convicto de que o Sr. Ciro Gomes não amadureceu desde o pleito de 2002, ocasião em que foi vítima das próprias palavras. Ganhou Lula, que tirou de sua sombra uma figura imprevisível. Ganhou Dilma Roussef, que agora tem o caminho livre para liquidar a fatura no primeiro turno.

Mostrando-se mau perdedor, perdeu duas vezes o Sr. Ciro Gomes. O legado das palavras que proferiu lhe custará muito caro, com relação às suas futuras pretensões políticas. Inimaginável a suposta retirada da vida partidária, pois a política, como se diz por aí, só tem porta de entrada.

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