domingo, 10 de outubro de 2010

Hora do contra-ataque: conhecer para decidir

Opinião

A candidatura popular de Dilma Roussef, encabeçada pelo igualmente popular Presidente Lula, embora vitoriosa, perdeu fôlego na reta final do primeiro turno das eleições de 3 de outubro de 2010.

A propaganda rasteira e difamatória, promovida pela grande mídia, em parceria com o principal candidato de oposição, mas principalmente a ingenuidade do time governista, que apanhou calado, apostando utopicamente no triunfo de uma campanha limpa, foram responsáveis pelo adiamento da decisão para o segundo turno.

A equipe de Dilma imaginou que o prestígio de Lula ia se transferir automaticamente à candidata, motivo pelo qual deu a cara a tapa e foi omissa, ao ponto de não dar conhecimento aos eleitores, no farto tempo de propaganda de que dispunha, dos podres do adversário e do projeto falido que ele representa.

Não deu conhecimento à nação, por exemplo, da péssima gestão do candidato da mídia e dos seus aliados, nos governos de Estados e Prefeituras. Não tornou pública qualquer denúncia de corrupção, como se ela não existisse. Não lembrou à nação, que sabidamente tem curta memória, que o aludido candidato fora ministro da saúde e do planejamento do governo FHC, que quebrou o país, ajoelhou-se perante o FMI, dilapidou o patrimônio nacional por meio das malfadadas privatizações, deixando o Brasil à beira do calote e da hiperinflação.

A coligação governista também deixou órfã a sua militância, jogando na defensiva e deixando os ataques covardes pautarem a agenda de Dilma, como se percebe desde o início do segundo turno. Por sua vez, o eleitor ficou desinformado pela grande mídia, que acoberta os defeitos do candidato da oposição, pois este é da sua preferência e do seu interesse, fazendo parecer que o mesmo não tem defeitos, ou que nada há a ser suscitado contra ele.

Uma eventual eleição do candidato tucano seria um risco à democracia, dada a conivência dos meios de comunicação e dos partidos fisiológicos e, principalmente, dado o seu conhecido revanchismo, tanto que não hesitaria em perseguir os seus opositores e calar a voz dos mais fracos, tratando a ferro e fogo os movimentos sociais. O entreguismo estaria de volta e poderíamos perder o pré-sal, renunciando à autossuficiência da nossa matriz energética. Dando as costas aos nossos vizinhos, o país ficaria isolado no continente e enfraquecido como ator geopolítico, voltando a ser vassalo dos Estados Unidos e da União Europeia.

Inexoravelmente, é hora de virar o jogo e partir para o ataque, não permitindo que a candidatura das forças conservadoras de direita estabeleça a pauta do debate político. É hora de informar o Povo dos podres do candidato tucano e de seus aliados, bem como de trazer à memória os tempos sombrios das gestões tucanas. É hora de colocar os pingos nos is e de mostrar aos eleitores o que o País poderá perder, caso Dilma não seja eleita.

Não basta, neste momento, apenas jogar na defesa. Sobretudo, é hora de Dilma mostrar a sua personalidade, sem histerias, mas com convicção e serenidade. É hora de Dilma e sua equipe assumirem as rédeas do segundo turno. Fogo contra fogo.

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