sexta-feira, 22 de abril de 2011

Senador tucano é autuado por dirigir sob influência de drogas ou álcool


Veja aqui imagem da página oficial do Detran RJ


quarta-feira, 20 de abril de 2011

As manchetes do PIG: dois pesos e duas medidas

A média das manchetes do PIG, sobre o caso do Aécio:

Aécio Neves é flagrado dirigindo com habilitação vencida e tem CNH apreendida



Se ele fosse senador do PT:

Bêbado, senador Aécio Neves, do PT, é flagrado por blitz no Rio e recusa teste de bafômetro
CNH do senador estava vencida e foi apreendida pela fiscalização


Leia abaixo texto do Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania



Um Larry Rother para Aécio Neves


Posted by eduguim on 19/04/11 • Categorized as Opinião do blog

Um dos fatores que furtaram da grande mídia o poder de influir na decisão de voto dos brasileiros fica evidente no recente caso envolvendo o ex-governador de Minas Gerais e atual senador tucano por esse Estado, Aécio Neves, flagrado dirigindo bêbado pelas ruas do Rio de Janeiro.

O mais interessante é que essa grande mídia, infestada por colunistas que cheiram mais do que bebem e que transformou em “fato” invenções jamais comprovadas de que o ex-presidente Lula seria alcoólatra, por Aécio ser tucano não diz um A sobre suas bebedeiras públicas, sem falar nos boatos sobre uso de cocaína.

Em maio de 2004, o então correspondente do jornal The New York Times no Brasil, Larry Rother, publicou extenso artigo acusando o Lula de ser alcoólatra e dizendo que a “sociedade” estaria “preocupada” com seu “alcoolismo” em meio aos seguidos “fracassos” de seu governo – vejam só.

Aproveitando o embalo, poucos dias depois, em 16 de maio de 2004, a Folha de São Paulo chegou a publicar matéria com chamada na primeira página sob o seguinte título: “Alcoolismo marca três gerações dos Silva”. Acredite quem quiser, o jornal disse que o alcoolismo de Lula seria genético…

O artigo de Larry Rother foi uma armação entre o correspondente e o colunista da Veja Diogo Mainardi e serviria tanto para a oposição quanto para a imprensa, nos anos que se seguiriam, tentarem desmoralizar Lula para impedir que se reelegesse em 2006.

Ontem (segunda-feira), discuti longamente o assunto pelo Twitter com um dos maiores detratores de Lula que conheço, o ex-diretor de Redação do jornal O Estado de São Paulo Sandro Vaia, que, se não me engano, foi sucessor direto, naquele jornal, de um homem que se tornou o símbolo da grande imprensa brasileira, o editor-assassino Pimenta Neves, que jamais foi preso por ter assassinado uma namorada com um tiro nas costas. Vaia nega que a mídia tenha acusado Lula de alcoolismo (!).

A diferença de tratamento que a mídia dá a tucanos e petistas, no caso das drogas lícitas e ilícitas (como álcool, cocaína ou maconha) ganha uma roupagem toda especial. Parece haver uma obsessão midiática em acusar petistas de usarem ou estimularem o uso dessas drogas.

Vejam só os casos de Paulo Teixeira, deputado federal petista por São Paulo, e Fernando Henrique Cardoso. Ambos têm praticamente a mesma opinião sobre as drogas, sendo favoráveis à descriminalização da maconha. Apesar disso, a opinião de FHC é tratada com respeito e discrição pela mesma Folha de São Paulo que acaba de publicar manchete de primeira página acusando Teixeira de estimular uso da maconha.

A estratégia bolsonarista de negar os excessos que se diz publicamente vai se tornando uma característica da direita. O ex-editor do Estadão, supracitado, teimou comigo pelo Twitter que a mídia jamais acusou Lula de ser alcoólatra. Contudo, o próprio Larry Rother, naquele seu artigo, diz claramente que a mídia é que vivia espalhando acusações de alcoolismo do petista.

Eis o que disse Rother em seu já “histórico” artigo acusando Lula:

“Sempre que possível, a imprensa brasileira publica fotos do presidente com os olhos avermelhados e as bochechas coradas e constantemente fazem referências tanto aos churrascos de fim de semana na residência presidencial, onde a bebida corre solta, como aos eventos oficiais onde Da Silva parece nunca estar sem um copo de bebida nas mãos.

‘Eu tenho um conselho para o Lula’, escreveu em março [de 2004] o crítico mordaz Diogo Mainardi, colunista da ‘Veja’, a revista mais importante do país, enumerando uma lista de reportagens contendo referências ao hábito do presidente. ‘Pare de beber em público’, ele aconselhou, acrescentando que o presidente tornou-se ‘o maior garoto-propaganda para a indústria da bebida’ com seu notório consumo de álcool.

Uma semana depois, a mesma revista publicou uma carta de um leitor preocupado com o ‘alcoolismo de Lula’ e seu efeito na habilidade do presidente de governar. (…)”

Quem será o Larry Rother ou Diogo Mainardi de Aécio Neves? Sim, porque se existiram para Lula, contra quem não havia provas de alcoolismo, teriam que existir para Aécio, que acaba de ser flagrado dirigindo bêbado no Rio. Além de haver provas contra o tucano, a prova ainda inclui um crime relacionado à bebida.

Bem, podem esperar sentados. Nunca mais a mídia tocará no assunto do alcoolismo comprovado de Aécio Neves, à diferença do que fez com o suposto alcoolismo de Lula.

Só que a sociedade percebe isso. É tão escancarado que, na hora de votar, a maioria absoluta dos brasileiros, que tantas vezes votara como queriam Folhas, Estadões e Vejas, agora lhes dá uma banana.

Esse caso do alcoolismo comprovado de Aécio e a diferença de tratamento para o alcoolismo não-comprovado de Lula só ajuda as pessoas a entenderem como a mídia é desonesta e como não deve ser levada a sério quando trata de política. Por isso, quando tem acusação verdadeira a fazer, o povo ignora.

Abaixo, na íntegra, o artigo de Larry Rother publicado em maio de 2004 no jornal americano The New York Times.

(disponível no link)

terça-feira, 19 de abril de 2011

Jango, vítima da covardia da imprensa golpista. Tentaram o mesmo contra Lula.

O discurso de Jango


Devo agradecer em primeiro lugar às organizações promotoras deste comício, ao povo em geral e ao bravo povo carioca em particular, a realização, em praça pública, de tão entusiasta e calorosa manifestação. Agradeço aos sindicatos que mobilizaram os seus associados, dirigindo minha saudação a todos os brasileiros que, neste instante, mobilizados nos mais longínquos recantos deste país, me ouvem pela televisão e pelo rádio.



Dirijo-me a todos os brasileiros, não apenas aos que conseguiram adquirir instrução nas escolas, mas também aos milhões de irmãos nossos que dão ao brasil mais do que recebem, que pagam em sofrimento, em miséria, em privações, o direito de ser brasileiro e de trabalhar sol a sol para a grandeza deste país.



Presidente de 80 milhões de brasileiros, quero que minhas palavras sejam bem entendidas por todos os nossos patrícios.



Vou falar em linguagem que pode ser rude, mas é sincera sem subterfúgios, mas é também uma linguagem de esperança de quem quer inspirar confiança no futuro e tem a coragem de enfrentar sem fraquezas a dura realidade do presente.



Aqui estão os meus amigos trabalhadores, vencendo uma campanha de terror ideológico e sabotagem, cuidadosamente organizada para impedir ou perturbar a realização deste memorável encontro entre o povo e o seu presidente, na presença das mais significativas organizações operárias e lideranças populares deste país.



Chegou-se a proclamar, até, que esta concentração seria um ato atentatório ao regime democrático, como se no Brasil a reação ainda fosse a dona da democracia, e a proprietária das praças e das ruas. Desgraçada a democracia se tiver que ser defendida por tais democratas.



Democracia para esses democratas não é o regime da liberdade de reunião para o povo: o que eles querem é uma democracia de povo emudecido, amordaçado nos seus anseios e sufocado nas suas reinvindicações.



A democracia que eles desejam impingir-nos é a democracia antipovo, do anti-sindicato, da anti-reforma, ou seja, aquela que melhor atende aos interesses dos grupos a que eles servem ou representam.



A democracia que eles querem é a democracia para liquidar com a Petrobrás; é a democracia dos monopólios privados, nacionais e internacionais, é a democracia que luta contra os governos populares e que levou Getúlio Vargas ao supremo sacrifício.



Ainda ontem, eu afirmava, envolvido pelo calor do entusiasmo de milhares de trabalhadores no Arsenal da Marinha, que o que está ameaçando o regime democrático neste País não é o povo nas praças, não são os trabalhadores reunidos pacificamente para dizer de suas aspirações ou de sua solidariedade às grandes causas nacionais. Democracia é precisamente isso: o povo livre para manifestar-se, inclusive nas praças públicas, sem que daí possa resultar o mínimo de perigo à segurança das instituições.



Democracia é o que o meu governo vem procurando realizar, como é do seu dever, não só para interpretar os anseios populares, mas também conquistá-los pelos caminhos da legalidade, pelos caminhos do entendimento e da paz social.



Não há ameaça mais séria à democracia do que desconhecer os direitos do povo; não há ameaça mais séria à democracia do que tentar estrangular a voz do povo e de seus legítimos líderes, fazendo calar as suas mais sentidas reinvindicações.



Estaríamos, sim, ameaçando o regime se nos mostrássemos surdos aos reclamos da Nação, que de norte a sul, de leste a oeste levanta o seu grande clamor pelas reformas de estrutura, sobretudo pela reforma agrária, que será como complemento da abolição do cativeiro para dezenas de milhões de brasileiros que vegetam no interior, em revoltantes condições de miséria.



Ameaça à democracia não é vir confraternizar com o povo na rua. Ameaça à democracia é empulhar o povo explorando seus sentimentos cristãos, mistificação de uma indústria do anticomunismo, pois tentar levar o povo a se insurgir contra os grandes e luminosos ensinamentos dos últimos Papas que informam notáveis pronunciamentos das mais expressivas figuras do episcopado brasileiro.



O inolvidável Papa João XXIII é quem nos ensina que a dignidade da pessoa humana exige normalmente como fundamento natural para a vida, o direito ao uso dos bens da terra, ao qual corresponde a obrigação fundamental de conceder uma propriedade privada a todos.



É dentro desta autêntica doutrina cristã que o governo brasileiro vem procurando situar a sua política social, particurlamente a que diz respeito à nossa realidade agrária.



O cristianismo nunca foi o escudo para os privilégios condenados pelos Santos Padres. Nem os rosários podem ser erguidos como armas contra os que reclamam a disseminação da propriedade privada da terra, ainda em mãos de uns poucos afortunados.



Àqueles que reclamam do Presidente de República uma palavra tranqüilizadora para a Nação, o que posso dizer-lhes é que só conquistaremos a paz social pela justiça social.



Perdem seu tempo os que temem que o governo passe a empreender uma ação subversiva na defesa de interesses políticos ou pessoais; como perdem igualmente o seu tempo os que esperam deste governo uma ação repressiva dirigida contra os interesses do povo. Ação repressiva, povo carioca, é a que o governo está praticando e vai amplia-la cada vez mais e mais implacavelmente, assim na Guanabara como em outros estados contra aqueles que especulam com as dificuldades do povo, contra os que exploram o povo e que sonegam gêneros alimentícios e jogam com seus preços.



Ainda ontem, trabalhadores e povo carioca, dentro da associações de cúpula de classes conservadoras, levanta-se a voz contra o Presidente pelo crime de defender o povo contra aqueles que o exploram nas ruas, em seus lares, movidos pela ganância.



Não tiram o sono as manifestações de protesto dos gananciosos, mascarados de frases patrióticas, mas que, na realidade, traduzem suas esperanças e seus propósitos de restabelecer a impunidade para suas atividades anti-sociais.



Não receio ser chamado de subversivo pelo fato de proclamar, e tenho proclamado e continuarei a proclamando em todos os recantos da Pátria – a necessidade da revisão da Constituição, que não atende mais aos anseios do povo e aos anseios do desenvolvimento desta Nação.



Essa Constituição é antiquada, porque legaliza uma estrutura sócio-econômica já superada, injusta e desumana; o povo quer que se amplie a democracia e que se ponha fim aos privilégios de uma minoria; que a propriedade da terra seja acessível a todos; que a todos seja facultado participar da vida política através do voto, podendo votar e ser votado; que se impeça a intervenção do poder econômico nos pleitos eleitorais e seja assegurada a representação de todas as correntes políticas, sem quaisquer discriminações religiosas ou ideológicas.



Todos têm o direito à liberdade de opinião e de manifestar também sem temor o seu pensamento. É um princípio fundamental dos direitos do homem, contido na Carta das Nações Unidas, e que temos o dever de assegurar a todos os brasileiros.



Está nisso o sentido profundo desta grande e incalculável multidão que presta, neste instante, manifestação ao Presidente que, por sua vez, também presta conta ao povo dos seus problemas, de suas atitudes e das providências que vem adotando na luta contra forças poderosas, mas que confia sempre na unidade do povo, das classes trabalhadoras, para encurtar o caminho da nossa emancipação.



É apenas de lamentar que parcelas ainda ponderáveis que tiveram acesso à instrução superior continuem insensíveis, de olhos e ouvidos fechados à realidade nacional.



São certamente, trabalhadores, os piores surdos e os piores cegos, porque poderão, com tanta surdez e tanta cegueira, ser os responsáveis perante a História pelo sangue brasileiro que possa vir a ser derramado, ao pretenderem levantar obstáculos ao progresso do Brasil e à felicidade de seu povo brasileiro.



De minha parte, à frente do Poder Executivo, tudo continuarei fazendo para que o processo democrático siga um caminho pacífico, para que sejam derrubadas as barreiras que impedem a conquista de novas etapas do progresso.



E podeis estar certos, trabalhadores, de que juntos o governo e o povo – operários , camponeses, militares, estudantes, intelectuais e patrões brasileiros, que colocam os interesses da Pátria acima de seus interesses, haveremos de prosseguir de cabeça erguida, a caminhada da emancipação econômica e social deste país.



O nosso lema, trabalhadores do Brasil, é “progresso com justiça, e desenvolvimento com igualdade”.



A maioria dos brasileiros já não se conforma com uma ordem social imperfeita, injusta e desumana. Os milhões que nada têm impacientam-se com a demora, já agora quase insuportável, em receber os dividendos de um progresso tão duramente construído, mas construído também pelos mais humildes.



Vamos continuar lutando pela construção de novas usinas, pela abertura de novas estradas, pela implantação de mais fábricas, por novas escolas, por mais hospitais para o nosso povo sofredor; mas sabemos que nada disso terá sentido se o homem não for assegurado o direito sagrado ao trabalho e uma justa participação nos frutos deste desenvolvimento.



Não, trabalhadores; sabemos muito bem que de nada vale ordenar a miséria, dar-lhe aquela aparência bem comportada com que alguns pretendem enganar o povo. Brasileiros, a hora é das reformas de estrutura, de métodos, de estilo de trabalho e de objetivo. Já sabemos que não é mais possível progredir sem reformar; que não é mais possível admitir que essa estrutura ultrapassada possa realizar o milagre da salvação nacional para milhões de brasileiros que da portentosa civilização industrial conhecem apenas a vida cara, os sofrimentos e as ilusões passadas.



O caminho das reformas é o caminho do progresso pela paz social. Reformar é solucionar pacificamente as contradições de uma ordem econômica e jurídica superada pelas realidades do tempo em que vivemos.





Trabalhadores, acabei de assinar o decreto da SUPRA com o pensamento voltado para a tragédia do irmão brasileiro que sofre no interior de nossa Pátria. Ainda não é aquela reforma agrária pela qual lutamos.



Ainda não é a reformulação de nosso panorama rural empobrecido.



Ainda não é a carta de alforria do camponês abandonado.



Mas é o primeiro passo: uma porta que se abre à solução definitiva do problema agrário brasileiro.



O que se pretende com o decreto que considera de interesse social para efeito de desapropriação as terras que ladeiam eixos rodoviários, leitos de ferrovias, açudes públicos federais e terras beneficiadas por obras de saneamento da União, é tornar produtivas áreas inexploradas ou subutilizadas, ainda submetidas a um comércio especulativo, odioso e intolerável.



Não é justo que o benefício de uma estrada, de um açude ou de uma obra de saneamento vá servir aos interesses dos especuladores de terra, quese apoderaram das margens das estradas e dos açudes. A Rio-Bahia, por exemplo, que custou 70 bilhões de dinheiro do povo, não deve bemeficiar os latifundiários, pela multiplicação do valor de suas propriedades, mas sim o povo.



Não o podemos fazer, por enquanto, trabalhadores, como é de prática corrente em todos os países do mundo civilizado: pagar a desapropriação de terras abandonadas em títulos de dívida pública e a longo prazo.



Reforma agrária com pagamento prévio do latifundio improdutivo, à vista e em dinheiro, não é reforma agrária. É negócio agrário, que interessa apenas ao latifundiário, radicalmente oposto aos interesses do povo brasileiro. Por isso o decreto da SUPRA não é a reforma agrária.



Sem reforma constitucional, trabalhadores, não há reforma agrária. Sem emendar a Constituição, que tem acima de dela o povo e os interesses da Nação, que a ela cabe assegurar, poderemos ter leis agrárias honestas e bem-intencionadas, mas nenhuma delas capaz de modificações estruturais profundas.



Graças à colaboração patriótica e técnica das nossas gloriosas Forças Armadas, em convênios realizados com a SUPRA, graças a essa colaboração, meus patrícios espero que dentro de menos de 60 dias já comecem a ser divididos os latifúndios das beiras das estradas, os latifúndios aos lados das ferrovias e dos açudes construídos com o dinheiro do povo, ao lado das obras de saneamento realizadas com o sacrifício da Nação. E, feito isto, os trabalhadores do campo já poderão, então, ver concretizada, embora em parte, a sua mais sentida e justa reinvindicação, aquela que lhe dará um pedaço de terra para trabalhar, um pedaço de terra para cultivar. Aí, então, o trabalhador e sua família irão trabalhar para si próprios, porque até aqui eles trabalham para o dono da terra, a quem entregam, como aluguel, metade de sua produção. E não se diga, trabalhadores, que há meio de se fazer reforma sem mexer a fundo na Constituição. Em todos os países civilizados do mundo já foi suprimido do texto constitucional parte que obriga a desapropriação por interesse social, a pagamento prévio, a pagamento em dinheiro.



No Japão de pós-guerra, há quase 20 anos, ainda ocupado pelas forças aliadas vitoriosas, sob o patrocínio do comando vencedor, foram distribuídos dois milhões e meio de hectares das melhores terras do país, com indenizações pagas em bônus com 24 anos de prazo, juros de 3,65% ao ano. E quem é que se lembrou de chamar o General MacArthur de subversivo ou extremista?



Na Itália, ocidental e democrática, foram distribuídos um milhão de hectares, em números redondos, na primeira fase de uma reforma agrária cristã e pacífica iniciada há quinze anos, 150 mil famílias foram beneficiadas.



No México, durante os anos de 1932 a 1945, foram distribuídos trinta milhões de hectares, com pagamento das indenizações em títulos da dívida pública, 20 anos de prazo, juros de 5% ao ano, e desapropriação dos latifúndios com base no valor fiscal.



Na Índia foram promulgadas leis que determinam a abolição da grande propriedade mal aproveitada, transferindo as terras para os camponeses.



Essas leis abrangem cerca de 68 milhões de hectares, ou seja, a metade da área cultivada da Índia. Todas as nações do mundo, independentemente de seus regimes políticos, lutam contra a praga do latifúndio improdutivo.



Nações capitalistas, nações socialistas, nações do Ocidente, ou do Oriente, chegaram à conclusão de que não é possível progredir e conviver com o latifúndio.



A reforma agrária não é capricho de um governo ou programa de um partido. É produto da inadiável necessidade de todos os povos do mundo. Aqui no Brasil, constitui a legenda mais viva da reinvindicação do nosso povo, sobretudo daqueles que lutaram no campo.



A reforma agrária é também uma imposição progressista do mercado interno, que necessita aumentar a sua produção para sobreviver.



Os tecidos e os sapatos sobram nas prateleiras das lojas e as nossas fábricas estão produzindo muito abaixo de sua capacidade. Ao mesmo tempo em que isso acontece, as nossas populações mais pobres vestem farrapos e andam descalças, porque não tem dinheiro para comprar.



Assim, a reforma agrária é indispensável não só para aumentar o nível de vida do homem do campo, mas também para dar mais trabalho às industrias e melhor remuneração ao trabalhador urbano.



Interessa, por isso, também a todos os industriais e aos comerciantes. A reforma agrária é necessária, enfim, à nossa vida social e econômica, para que o país possa progredir, em sua indústria e no bem-estar do seu povo.



Como garantir o direito de propriedade autêntico, quando dos quinze milhões de brasileiros que trabalham a terra, no Brasil, apenas dois milhões e meio são proprietários?



O que estamos pretendendo fazer no Brasil, pelo caminho da reforma agrária, não é diferente, pois, do que se fez em todos os países desenvolvidos do mundo. É uma etapa de progresso que precisamos conquistar e que haveremos de conquistar.



Esta manifestação deslumbrante que presenciamos é um testemunho vivo de que a reforma agrária será conquistada para o povo brasileiro. O próprio custo daprodução, trabalhadores, o próprio custo dos gêneros alimentícios está diretamente subordinado às relações entre o homem e a terra. Num país em que se paga aluguéis da terra que sobem a mais de 50 por cento da produção obtida daquela terra, não pode haver gêneros baratos, não pode haver tranquilidade social. No meu Estado, por exemplo, o Estado do deputado Leonel Brizola, 65% da produção de arroz é obtida em terras alugadas e o arrendamento ascende a mais de 55% do valor da produção. O que ocorre no Rio Grande é que um arrendatário de terras para plantio de arroz paga, em cada ano, o valor total da terra que ele trabahou para o proprietário. Esse inquilinato rural desumano é medieval é o grande responsável pela produção insuficiente e cara que torna insuportável o custo de vida para as classes populares em nosso país.



A reforma agrária só prejudica a uma minoria de insensíveis, que deseja manter o povo escravo e a Nação submetida a um miseravel padrão de vida.



E é claro, trabalhadores, que só se pode iniciar uma reforma agrária em terras economicamente aproveitáveis. E é claro que não poderíamos começar a reforma agrária, para atender aos anseios do povo, nos Estados do Amazonas ou do Pará. A reforma agrária deve ser iniciada nas terras mais valorizadas e ao lado dos grandes centros de consumo, com transporte fácil para o seu escoamento.



Governo nenhum, trabalhadores, povo nenhum, por maior que seja seu esforço, e até mesmo o seu sacrifício, poderá enfrentar o monstro inflacionário que devora os salários, que inquieta o povo assalariado, se não form efetuadas as reformas de estrutura de base exigidsa pelo povo e reclamadas pela Nação.



Tenho autoridade para lutar pela reforma da atual Constituição, porque esta reforma é indispensável e porque seu objetivo único e exclusivo é abrir o caminho para a solução harmônica dos problemas que afligem o nosso povo.



Não me animam, trabalhadores – e é bom que a nação me ouça – quaisquer propósitos de ordem pessoal. Os grandes beneficiários das reformas serão, acima de todos, o povo brasileiro e os governos que me sucederem. A eles, trabalhadores, desejo entregar uma Nação engrandecida, emancipada e cada vez mais orgulhosa de si mesma, por ter resolvido mais uma vez, pacificamente, os graves problemas que a História nos legou. Dentro de 48 horas, vou entregar à consideração do Congresso Nacional a mensagem presidencial deste ano.



Nela, estão claramente expressas as intenções e os objetivos deste governo. Espero que os senhres congressistas, em seu patriotismo, compreendam o sentido social da ação governamental, que tem por finalidade acelerar o progresso deste país e assegurar aos brasileiros melhores condições de vida e trabalho, pelo caminho da paz e do entendimento, isto é pelo caminho reformista.



Mas estaria faltando ao meu dever se não transmitisse, também, em nome do povo brasileiro, em nome destas 150 ou 200 mil pessoas que aqui estão, caloroso apelo ao Congresso Nacional para que venha ao encontro das reinvindicações populares, para que, em seu patriotismo, sinta os anseios da Nação, que quer abrir caminho, pacífica e democraticamente para melhores dias. Mas também, trabalhadores, quero referir-me a um outro ato que acabo de assinar, interpretando os sentimentos nacionalistas destes país. Acabei de assinar, antes de dirigir-me para esta grande festa cívica, o decreto de encampação de todas as refinarias particulares.



A partir de hoje, trabalhadores brasileiros, a partir deste instante, as refinarias de Capuava, Ipiranga, Manguinhos, Amazonas, e Destilaria Rio Grandense passam a pertencer ao povo, passam a pertencer ao patrimônio nacional.



Procurei, trabalhadores, depois de estudos cuidadosos elaborados por órgãos técnicos, depois de estudos profundos, procurei ser fiel ao espírito da Lei n. 2.004, lei que foi inspirada nos ideais patrióticos e imortais de um brasileiro que também continua imortal em nossa alma e nosso espírito.



Ao anunciar, à frente do povo reunido em praça pública, o decreto de encampação de todas as refinarias de petróleo particulares, desejo prestar homenagem de respeito àquele que sempre esteve presente nos sentimentos do nosso povo, o grande e imortal Presidente Getúlio Vargas.



O imortal e grande patriota Getúlio Vargas tombou, mas o povo continua a caminhada, guiado pelos seus ideais. E eu, particurlamente, vivo hoje momento de profunda emoção ao poder dizer que, com este ato, soube interpretar o sentimento do povo brasileiro.



Alegra-me ver, também, o povo reunido para prestigiar medidas como esta, da maior significação para o desenvolvimento do país e que habilita o Brasil a aproveitar melhor as suas riquezas minerais, especialmente as riquezas criadas pelo monopólio do petróleo. O povo estará sempre presente nas ruas e nas praças públicas, para prestigiar um governo que pratica atos como estes, e também para mostrar às forças reacionárias que há de continuar a sua caminhada, no rumo da emancipação nacional.



Na mensagem que enviei à consideração do Congresso Nacional, estão igualmente consignadas duas outras reformas que o povo brasileiro reclama, porque é exigência do nosso desenvolvimento e da nossa democracia. Refiro-me à reforma eleitoral, à reforma ampla que permita a todos os brasileiros maiores de 18 anos ajudar a decidir dos seus destinos, que permita a todos os brasileiros que lutam pelo engrandecimento do país a influir nos destinos gloriosos do Brasil. Nesta reforma, pugnamos pelo princípio democrático, princípio democrático fundamental, de que todo alistável deve ser também elegível.



Também está consignada na mensagem ao Congresso a reforma universitária, reclamada pelos estudantes brasileiros. Pelos universitários, classe que sempre tem estado corajosamente na vanguarda de todos os movimentos populares nacionalistas.



Ao lado dessas medidas e desses decretos, o governo continua examinando outras providências de fundamental importância para a defesa do povo, especialmente das classes populares.



Dentro de poucas horas, outro decreto será dado ao conhecimento da Nação. É o que vai regulamentar o preço extorsivo dos apartamentos e residências desocupados, preços que chegam a afrontar o povo e o Brasil, oferecidos até mediante o pagamento em dólares. Apartamento no Brasil só pode e só deve ser alugado em cruzeiros, que é dinheiro do povo e a moeda deste país. Estejam tranqüilos que dentro em breve esse decreto será uma realidade.



E realidade há de ser também a rigorosa e implacável fiscalização para seja cumprido. O governo, apesar dos ataques que tem sofrido, apesar dos insultos, não recuará um centímetro sequer na fiscalização que vem exercendo contra a exploração do povo. E faço um apelo ao povo para que ajude o governo na fiscalização dos exploradores do povo, que são também exploradores do Brasil. Aqueles que desrespeitarem a lei, explorando o povo – não interessa o tamanho de sua fortuna, nem o tamanho de seu poder, esteja ele em Olaria ou na Rua do Acre – hão de responder, perante a lei, pelo seu crime.



Aos servidores públicos da Nação, aos médicos, aos engenheiros do serviço público, que também não me têm faltado com seu apoio e o calor de sua solidariedade, posso afirmar que suas reinvindicações justas estão sendo objeto de estudo final e que em breve serão atendidas. Atendidas porque o governo deseja cumprir o seu dever com aqueles que permanentemente cumprem o seu para com o país.



Ao encerrar, trabalhadores, quero dizer que me sinto reconfortado e retemperado para enfrentar a luta que tanto maior será contra nós quanto mais perto estivermos do cumprimento de nosso dever. À medida que esta luta apertar, sei que o povo também apertará sua vontade contra aqueles quenão reconhecem os direitos populares, contra aqueles que exploram o povo e a Nação.



Sei das reações que nos esperam, mas estou tranqüilo, acima de tudo porque sei que o povo brasileiro já está amadurecido, já tem consciência da sua força e da sua unidade, e não faltará com seu apoio às medidas de sentido popular e nacionalista.



Quero agradecer, mais uma vez, esta extraordinária manifestação, em que os nossos mais significativos líderes populares vieram dialogar com o povo brasileiro, especialmente com o bravo povo carioca, a respeito dos problemas que preocupam a Nação e afligem todos os nossos patrícios. Nenhuma força será capaz de impedir que o governo continue a assegurar absoluta liberdade ao povo brasileiro. E, para isto, podemos declarar, com orgulho, que contamos com a compreensão e o patriotismo das bravas e gloriosas Forças Armadas da Nação.



Hoje, com o alto testemunho da Nação e com a solidariedade do povo, reunido na praça que só ao povo pertence, o governo, que é também o povo e que também só ao povo pertence, reafirma os seus propósitos inabaláveis de lutar com todas as suas forças pela reforma da sociedade brasileira. Não apenas pela reforma agrária, mas pela reforma tributária, pela reforma eleitoral ampla, pelo voto do analfabeto, pela elegibilidade de todos os brasileiros, pela pureza da vida democrática, pela emancipação econômica, pela justiça social e pelo progresso do Brasil.

Publicado na Carta Maior

terça-feira, 29 de março de 2011

Esses são os defensores dos direitos humanos


Para quem acredita que a invasão da Líbia pela OTAN é por causa dos "direitos humanos", a imagem acima, publicada na "Rolling Stone", é de um soldado americano fazendo o seu "trabalho" no Afeganistão.

Segue a matéria do Tijolaço

Em meio à guerra contra o grupo islâmico Taleban, um comando de infantaria das Forças Armadas americanas cometeu atrocidades contra civis, assassinando crianças, mutilando corpos e exibindo suas ações em fotografias. A denúncia foi feita pela revista “Rolling Stone”, em reportagem divulgada neste domingo em seu site.


Os crimes teriam sido cometidos pelos homens do 3º Pelotão da Companhia Bravo, alocada na província afegã de Kandahar, uma das mais violentas do país.

A revista relata que, em 15 de janeiro de 2010, eles deixaram a base de Ramrod em um comboio em busca de militantes do Taleban –mas dispostos a matar qualquer um.

Eles chegaram então à vila de La Mohammad Kalay, localizada perto de plantações de ópio. Lá, encontraram apenas fazendeiros desarmados e nenhum inimigo evidente.

“Enquanto os oficiais do 3º Pelotão conversavam com um ancião dentro de um armazém, dois soldados [Jeremy Morlock e Andrew Holmes] se distanciaram da unidade até chegar ao extremo da vila. Lá, em uma plantação de ópio, eles começaram a procurar alguém para matar”, conta a revista, que cita dados de uma investigação das Forças Armadas.

O escolhido, ainda segundo a revista, foi um jovem de cerca de 15 anos, desarmado. O próprio soldado Morlock confessaria mais tarde que o jovem, identificado como Gul Mudin, não era uma ameaça.

De qualquer forma, os americanos o chamaram em pashtu e ordenaram que parasse. O garoto ficou imóvel. Os soldados então atiraram uma granada e, em seguida, abriram fogo com uma metralhadora.

Quando os demais soldados chegaram para ver o que ocorrera, Morlock disse que o garoto iria atacá-los com uma granada e eles tiveram que atirar nele. Depois de cumprir o protocolo de identificação dos militares americanos, os dois soldados começaram a tirar fotos com o corpo. Holmes posou segurando a cabeça do jovem.

As fotos, graficamente muito fortes, estão disponíveis no site da “Rolling Stone”.

Holmes chegou, ainda segundo a revista, a levar um dedo do garoto afegão. Um colega disse que ele queria um troféu e esperava que o dedo secasse, para guardá-lo para sempre.

Os soldados nunca foram punidos pelo assassinato e o mesmo pelotão matou ao menos três outros civis inocentes nos últimos quatro meses. Quando as mortes se tornaram públicas, o Exército tentou enquadrá-las como resultado de uma unidade indisciplinada e que operava sob suas próprias regras.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Trouxa, eu?

Uma imagem vale mais que um tratado!

Em tempo, o Tijolaço está de volta e o Deputado Brizola Neto também!

sábado, 19 de março de 2011

Diplomacia:vitória do bom senso

Comício alienígena de Obama é cancelado

Em vez do comício sem-noção do presidente Obama na praça da Cinelândia, haverá um discurso fechado no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Sábia decisão.

Os estadunidenses recobraram, pelo menos em parte, o bom-senso. Fala-se que o evento em praça pública foi cancelado porque os alertas de segurança subiram de nível com a decisão dos EUA de apoiar um bombardeio à Líbia. Isso pode ter contribuído, mas o fator decisivo deve ter sido um possível marketing mais negativo do que positivo, aumentando os alertas é de protestos pacifistas, contra casos de desrespeito aos direitos humanos nos EUA, e contra atitudes imperialistas na política externa contra povos oprimidos.

Além da atitude inapropriada pela cultura política brasileira, o rigor no esquema de segurança tinha tudo para irritar mais do que agradar, até quem quisesse ir ao evento.

A praça tem 10 ruas de acesso e 9 ficariam fechadas. O único acesso seria pela rua ao lado de onde fica o Consulado dos EUA no Rio. Além da proibição de bolsas, guarda-chuvas, isopor, é certo que todos teriam que passar por detectores de metal e, quando a máquina apitasse, muita gente teria sua entrada barrada e ainda seria revistado como suspeito. Alguém mais exaltado que se irritasse por ser barrado poderia acabar preso por desacato à autoridade, aumentando o desgaste.

O esquema de trânsito anunciado era mais para dissuadir do que incentivar as pessoas a comparecerem, com várias ruas fechadas ao trânsito. Até a estação do Metrô na Cinelândia ficaria fechada (!), ou seja, o carioca "para ver o presidente dos EUA" teria que parar em uma estação antes ou depois, andar cerca de 1km ou mais, contornando diversas ruas para chegar à única rua de acesso. Essa logística toda colocava em dúvida se haveria de fato público interessado em passar por essa via-crusis, a não ser manifestantes.

A imprensa noticiou que cartazes seriam proibidos. É óbvio que haveriam grupos de manifestantes barulhentos que levariam cartazes e seriam barrados pela segurança, próximo ao consulado. Essas imagens correriam o mundo, tanto quanto ou mais do que o próprio comício. Marketing negativo.

A imagem que sempre assombra eventos abertos de presidentes dos EUA é a de atentados. No Brasil não existem antecedentes destes e não é da índole brasileira, mas é impossível impedir malucos estadunidentes sem antecedentes de pegar um avião lá como turista e vir buscar seus 15 minutos de fama aqui. Porém, o risco maior de fato seria o contrário: seguranças estadunidenses estressados com estes fantasmas, descarregarem uma pistola em um brasileiro por engano, como aconteceu com Jean Charles na Inglaterra, caso, por exemplo, confundissem uma bolinha de papel com um "ameaçador rolo de fita crepe".

Por tudo isso, "welcome to Rio, Mr. Obama", mas ao Rio como ele é, receptivo sim, mas também politicamente combativo na defesa dos interesses nacionais e solidário com os povos oprimidos por políticas ditatoriais econômicas e bélicas de países imperialistas.

Pegue a Michelle, vá ao Cristo Redentor ver porque o Rio é uma cidade muito mais bonita do que São Francisco. Conheça o povo de verdade na Cidade de Deus, que passa a tomar conta do seu destino, sua rica cultura popular do samba, rap e funk, Vá ao Flamengo, ao Engenhão assistir o Vasco e Botafogo, veja um pôr-do-sol na praia namorando a Michelle, tome uma água de côco. Pena que não chegou a tempo do Carnaval para ir ao sambódromo ou colocar uma máscara de Obama no carnaval de rua e acompanhar anonimamente o bloco carnavalesco Cordão do Bola Preta, ali mesmo na Cinelândia. Relaxe e veja porque o Rio ganhou de Chicago para ser sede das Olimpíadas de 2016. O marketing de conhecer o cotidiano carioca é bem melhor do que um comício alienígena.

O que o governo Dilma tem a ver com isso?

Temos lido cada coisa desatinada por aí, atribuindo ao Itamaraty e ao governo Dilma a idéia de tal comício.

Ora, é óbvio que esse tipo de iniciativa só pode ter partido de marqueteiros da Casa Branca, a contragosto do Itamaraty e do governo Dilma. Do lado brasileiro, quem estava abraçando essa iniciativa era o governador Sérgio Cabral (PMDB/RJ), também acreditando tratar-se de um bom marketing para a cidade e para si.

Já é absurdo acreditar que o governo de lá, com todos os seus receios de segurança, se submeteria a eventos em praça pública do governo brasileiro, se não fosse uma agenda deles.

Mais absurdo é não perceber que nenhuma autoridade federal brasileira participaria de tal evento. Se fosse iniciativa do governo brasileiro, seria um evento conjunto, com a participação da presidenta.

Também não caberia ao Itamaraty, nem ao governo federal, proibir, porque no Brasil democrático é livre o direito de reunião, seguindo os trâmites legais.

A Folha de São Paulo, apesar de não ser nem um pouco confiável, narra descontentamento de Dilma com este comício, e desavenças da diplomacia brasileira e estadunidense na organização da viagem.


Voto contrário aos EUA no Conselho de Segurança da ONU

Também há um grande erro nas análises das relações Brasil-EUA ao não enxergar que a política do Itamaraty continua a mesma que era no governo Lula.

O Brasil acabou de votar contra a posição dos EUA no Conselho de Segurança da ONU, tomando a mesma atitude da China, Rússia, Índia e Alemanha de abster-se na votação da proposta de abrir as portas para bombardear a Líbia.

Segue a íntegra do voto brasileiro, apresentado pela representante do Brasil na ONU, a embaixadora Maria Luiza Viotti:

“Senhor presidente [o embaixador da China Li Baodong]

O Brasil está profundamente preocupado com a deterioração da situação na Líbia. Apoiamos as fortes mensagens da Resolução 1970, adotada por consenso por este conselho. O governo do Brasil condenou publicamente o uso da violência pelas autoridades líbias contra manifestantes desarmados e exorta-as a respeitar e proteger a liberdade de expressão dos manifestantes e a procurar uma solução para a crise por meio de diálogo significativo.

Nosso voto de hoje [ontem, dia 17] não deve de maneira alguma ser interpretado como endosso do comportamento das autoridades líbias ou como negligência para com a necessidade de proteger a população civil e respeitar os seus direitos.

O Brasil é solidário com todos os movimentos da região que expressam suas reivindicações legítimas por melhor governança, maior participação política, oportunidades econômicas e justiça social. Condenamos o desrespeito das autoridades líbias para com suas obrigações à luz do direito humanitário internacional e dos direitos humanos.

Levamos em conta também o chamado da Liga Árabe por medidas enérgicas que deem fim à violência, por meio de uma zona de exclusão aérea. Somos sensíveis a esse chamado, entendemos e compartilhamos suas preocupações.

Do nosso ponto de vista, o texto da resolução em apreço contempla medidas que vão muito além desse chamado. Não estamos convencidos de que o uso da força, como dispõe o Parágrafo Operativo 4 (OP4) da presente resolução, levará à realização do nosso objetivo comum – o fim imediato da violência e a proteção de civis.

Estamos também preocupados com a possibilidade de que tais medidas tenham os efeitos involuntários de exacerbar tensões no terreno e de fazer mais mal do que bem aos próprios civis com cuja proteção estamos comprometidos.

Muitos analistas ponderados notaram que importante aspecto dos movimentos populares no Norte da África e no Oriente Médio é a sua natureza espontânea e local. Estamos também preocupados com a possibilidade de que o emprego de força militar, conforme determinado pelo OP 4 desta resolução hoje aprovada, possa alterar tal narrativa de maneiras que poderão ter sérias repercussões para a situação na Líbia e além.

A proteção de civis, a garantia de uma solução duradoura e o atendimento das legítimas demandas do povo líbio exigem diplomacia e diálogo. Apoiamos os esforços em curso a esse respeito pelo enviado especial do secretário-geral e pela União Africana.

Nós também saudamos a inclusão, na presente resolução, de parágrafos operativos que exigem um imediato cessar-fogo, o fim à violência e a todos os ataques a civis e que sublinham a necessidade de intensificarem-se esforços que levem às reformas políticas necessárias para uma solução pacífica e sustentável. Esperamos que tais esforços continuem e tenham sucesso"

Do site Os Amigos do Presidente Lula

quinta-feira, 17 de março de 2011

"Persona non grata"

Há 500 anos, quando os colonizadores chegaram ao Brasil, distribuíam "agradinhos", quinquilharias sem valor, para ganhar a simpatia e a confiança dos nativos.


Hoje, parace que nada mudou... Continuam distribuindo "agradinhos" (a suposta dispensa de visto, por exemplo) e fazendo o seu marketing holywoodiano, pois os colonizadores de hoje continuam nos vendo do mesmo modo como viam os "nativos" de 500 anos atrás...

Enquanto isso, temas relevantes, como a reforma do conselho de segurança da ONU, a intevenção no oriente médio e o embargo a Cuba sequer entram na pauta...

Desculpe-me, mas não consigo ter simpatia por este senhor que nos visita e representa um império tão nefasto...
 
Em tempo: hoje, para minha decepção, ouvi de alguém que "Obama é o melhor presidente americano dos últimos cem anos!" Ops! Melhor para quem? O que ele fez? Na minha modesta opinião, o menos pior talvez tenha sido Jimmy Carter, aquele que desmamou as ditaduras latinoamericanas, forçando o início da abertura democrática.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Poesia

Soneto: Escárnio dos patrocinadores da corrupção e da miséria

A um partido fictício, de um país fictício...

Partido de indecentes e canalhas,
Cujo fim já é deveras anunciado,
Têm, na sigla, o nome mais apropriado,
Do demo, que os carregue às suas fornalhas.

Condenados, preparem suas mortalhas!
Sempre mamaram nas tetas do Estado,
O atraso e a corrupção são seu legado
E ao povo, eles deixaram só migalhas.

Poder, querem tomar a todo preço,
Mas o corvo já anuncia a sua desgraça.
Seu futuro já tem certo endereço.

É inútil travestir-se de adereço,
Pois o povo já conhece a sua raça
E vai mandá-los ao inferno, pelo avesso.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

LULA

Opinião

Dizem e ainda hão de dizer que Lula é personalista, caudilho. Inventaram o termo lusismo, assim como getulismo, janismo e outras afins, como pejorativos para tentar desqualificar o grande líder da nação brasileira.


Esses são os mentirosos da imprensa golpista, que se opôs incansável e covardemente a Lula durante os oito anos do seu governo democrático, progressista e popular.

Dizem e hão de dizer que Lula governou e elegeu sua sucessora porque comprou os votos dos pobres mediante programas sociais. Mentirosos. Lula deixou o governo com mais de 80 por cento de aprovação, conforme constatado por todas as pesquisas de opinião pública. A maioria não se beneficia de programa social algum. Todos ganharam com o governo Lula: pobres, ricos, trabalhadores, empresários, agricultores, banqueiros. Ganharam por causa da competência de Lula, que soube governar para todos.

Lula fez o país retomar o crescimento econômico e promoveu distribuição de renda. Zelou pelo patrimônio público, fortalecendo as empresas estatais, principalmente a Petrobrás, o BNDES, a Caixa e o Banco do Brasil.

Lula investiu em infraestrutura, construiu e reformou estradas, portos e aeroportos, restaurou a indústria naval, construiu gasodutos, financiou a habitação para todas as classes sociais, garantiu o abastecimento energético, reduziu o desmatamento e adotou políticas ambientais eficientes.

Lula garantiu aos jovens o acesso às escolas técnicas, tendo construído quase 300, valorizou as universidades públicas e o magistério, instituiu o Prouni e reformulou o FIES, garantindo aos estudantes, também, o acesso ao ensino superior.

Lula promoveu políticas de aquecimento da economia, recuperou gradativamente os salários e gerou mais de 15 milhões de empregos. Manteve a inflação e os juros em patamares baixos, coisa inédita na história do País.

Convictos da seriedade das políticas de Lula, a FIFA e o COI elegeram o Brasil para sediar a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

Lula não só pagou a dívida, como também emprestou dinheiro ao FMI. O Brasil é um dos maiores detentores de títulos da dívida dos EUA e, portanto, é um dos seus maiores credores. Também investiu na política externa e falou de igual para igual com as grandes potências. Investiu nos vizinhos sulamericanos e na África, fortalecendo o sul, nas relações políticas com o norte. Lula deixou as grandes potências nuas ao negociar e conseguir a proposta de acordo nuclear do Irã, rejeitada pelo Conselho de Segurança da ONU, por vergonha.

Lula aumentou a presença e a ofensiva diplomática do Brasil no mundo, tornando o Brasil, ao lado da China, a principal potência emergente do mundo.

Lula adotou políticas que fizeram o Brasil passar ileso e sair fortalecido da maior crise econômica mundial desde 1929. Acreditando na Petrobrás, explorou e descobriu a reserva gigantesca de petróleo na camada do pré-sal, assegurando a autonomia energética do Brasil por várias décadas.

Lula assegurou a democracia, a liberdade de imprensa, a liberdade religiosa e lutou para democratizar o acesso à internet e à banda larga. O crescimento da indústria automobilística não teve precedentes, assim como a de eletroeletrônicos.

Lula não criou nem majorou impostos. O incremento da arrecadação foi resultado do sucesso da política econômica, decorrendo naturalmente do aumento do consumo e dos investimentos.

Então, por que a imprensa fala tão mal de Lula?

Porque a imprensa é retrógrada, conservadora, preconceituosa e dominada pela velha elite, que esteve no poder desde que Cabral pisou nestas terras. Porque Lula não se curvou à imprensa. Porque Lula redistribuiu os anúncios publicitários governamentais. Porque Lula permaneceu Lula e não mudou seus valores, para ser aceito pelas elites.

A imprensa internacional e o povo brasileiro festejam Lula, ao passo que a mídia nacional o esconde ou cria factóides contra ele. O povo não acredita mais na imprensa nacional. Mesmo assim, nenhuma palavra deixou de ser dita ou publicada, mostrando o respeito de Lula pela liberdade e pela democracia. Porém, queriam que Lula apanhasse calado. Isso ele não fez e jamais poderia fazer, em respeito a si próprio e aos 80% de brasileiros que o aprovam, que o admiram e que estão satisfeitos com o seu governo. O povo quis a continuidade e votou em Dilma, eleita com quase 56 milhões de votos.

Viva Lula! Viva o povo brasileiro! Viva a democracia brasileira!


Leia no Vermelho: Especial de oito anos do governo Lula

Tucanos se digladiam após derrota histórica

Diferença pró-Dilma foi de 12 milhões de votos

“Até logo” de Serra irrita tucanos e desnuda maior crise do PSDB


A declaração do candidato derrotado à Presidência da República, José Serra (PSDB) – que em discurso sobre o resultado de domingo (31) disse que não dava um "adeus", mas um "até logo" – causou polêmica. Reservadamente, tucanos e aliados defendem uma renovação dos quadros da oposição nos próximos anos.

Serra escancarou a maior crise da história do PSDB, que terá de trabalhar para evitar que novas divisões internas prejudiquem a candidatura do tucano que concorrerá à eleição em 2014. A ideia é criar consenso em torno de um novo candidato já em 2012, evitando especulação e desgaste político que interfira no processo de escolha.

Ao contrário do que aconteceu nas últimas três eleições presidenciais – em 2002, José Serra disputou a vaga com Tasso Jereissati; em 2006, a briga foi com Geraldo Alckmin (que ganhou a queda de braço); e este ano Aécio Neves foi a pedra no caminho –, a cúpula tucana quer trabalhar nos dois anos antes da eleição em torno de um único nome.

Para líderes do partido, os rachas internos podem contribuíram para a derrota de Serra na disputa com Dilma Rousseff no segundo turno. “Precisamos ter um desenho sobre nosso candidato já daqui a dois anos. Não podemos ficar refém dessa divisão interna”, avalia Sérgio Guerra, presidente do partido e coordenador nacional da campanha tucana.

Segundo Guerra, ao pôr Aécio de escanteio na disputa, o partido criou um clima de constrangimento que pode ter interferido negativamente. “Quando o Aécio desistiu da candidatura, eu estava lá e liguei imediatamente para o Serra e para o Fernando Henrique para dizer que eu tinha visto uma tristeza e um constrangimento muito forte do Aécio. Eu disse a eles: temos que trabalhar isso”, chegou a admitir Guerra.

Por tudo isso, a declaração de Serra em 31 de outubro, ao comentar a vitória de Dilma, piorou ainda mais a crise. Serra sinalizou que não sairá da vida pública e deu a entender que pretende voltar a disputar algum cargo eletivo. Houve repercussão negativa da declaração junto a aliados – que se incomodaram sobretudo com a frase "o povo não quis que fosse agora", usada por ele para falar da derrota.

Nos bastidores, integrantes do PSDB avaliam que Serra foi personalista e não promoveu o que deveriam ser os novos passos do partido, no momento em que ele, Serra, sofre a segunda derrota na disputa pela Presidência da República. Há uma cobrança pela reconstrução do PSDB e a adoção imediata de uma bandeira para defender, como a reforma política, durante os quatro anos de administração Dilma.

Na visão desses tucanos, o posicionamento de Serra impede a criação de um canal de interlocução com a sociedade – elemento indispensável para melhorar a imagem do PSDB e da oposição. Os críticos de Serra questionam, ainda, qual espaço político será utilizado pelo candidato derrotado para ser um "militante produtivo".

As forças em choque

O pano de fundo para o descontentamento interno de parte do PSDB é a luta interna por espaço político na legenda. Os principais protagonistas dessa disputa, cada vez menos, velada são os serristas e os entusiastas do governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin, e de Aécio Neves.

Com musculatura política renovada, Alckmin tem pela frente uma nova geração de tucanos, além de colaboradores tradicionais, que defendem o seu nome como principal liderança no estado. Do lado mineiro, há descontentamento com a supremacia paulista na escolha dos presidenciáveis, além do entendimento de que São Paulo perdeu a vez com as duas derrotas de Serra e a de Alckmin, em 2006.

Para aliados de Serra, o discurso de domingo foi importante para mandar um sinal para o eleitor que o escolheu. "A realidade é que Serra tem mais de 40 anos de vida pública. Não tem motivo para abandonar isso, o que não significa, necessariamente, disputar um cargo eletivo", afirmou o deputado Jutahy Junior (BA).

Um dos coordenadores da campanha de Serra, José Henrique Reis Lobo, avalia que, em seu discurso, Serra "assumiu a tarefa de ser uma das lideranças da oposição". "Ele vai ser uma das grandes expressões e um oráculo das oposições, não só em estratégia, como em discurso", afirmou Lobo.

Os aecistas

Tucanos serristas culpam Aécio pela derrota na eleição, já que o mineiro não conseguiu obter a vitória de Serra em seu estado, apesar de ter emplacado um "novato" em eleições – o seu ex-vice e agora governador Antonio Anastasia, que conseguiu se reeleger. No discurso de anteontem, Serra nem sequer citou Aécio.

No segundo turno, Dilma conquistou 58,45% dos votos de Minas – 1,7 milhões de votos a mais que Serra, que obteve 41,55% dos votos mineiros. Nos 27 dias de campanha entre o primeiro e o segundo turno, o ex-governador participou de apenas cinco eventos de apoio a Serra no estado.

Nesta segunda, Aécio negou todos os pedidos de entrevista. Seus aliados é que foram escalados para defendê-lo das insinuações de que ele não teria se empenhado pela vitória de Serra em Minas. Os tucanos mineiros alegam que a estratégia de viajar o país – adotada por Aécio no segundo turno – foi proposta do próprio Serra.

“O que vimos foi uma demonstração de coragem do Aécio e muito desprendimento. Ele poderia ter ficado quieto, mas faz o contrário e mostrou que é uma pessoa de partido”, defende o secretário-geral do PSDB e uma das pessoas mais próximas de Aécio, o deputado federal Rodrigo de Castro (PSDB-MG).

A tropa de choque de Aécio já atua para unir o partido em torno de seu nome como liderança natural a disputar as próximas eleições, em 2014. Para isso, os tucanos mineiros acreditam que é preciso promover uma grande reflexão no partido para torná-lo mais nacional – menção clara à hegemonia paulista que resultou no lançamento de três candidatos do estado à Presidência nos últimos anos.
 
Texto: Vermelho

Hildegard Angel mete o dedo na ferida da elite

A entrevista a seguir foi concedida à revista Carta Capital, pela jornalista e socialite da heróica família Angel, expondo fatos e preconceitos da elite brasileira em relação àqueles que esta não considera "bem nascidos". Ela nos faz lembrar da velha relação entre a casa-grande e a senzala e também das lições do filósofo Max Weber, no livro "A ética protestante e o espírito do capitalismo", no qual o autor expõe as diferenças de valores entre a nobreza decadente, perdulária e preguiçosa e a burguesia, então ascendente. Fica fácil perceber e entender a diferença entre dois homens de origens humildes: um que não nega as suas origens e mantém os seus valores e outro que, para ascender socialmente e ser aceito pelos "senhores do engenho", é capaz de vender até a própria alma.

Radical chique

Cynara Menezes

14 de setembro de 2010 às 18:33h

Leia a íntegra da entrevista de Hildegard Angel a Cynara Menezes: “Todo homem público no país e seus parentes próximos deveriam tomar a iniciativa de abrir seu imposto de renda”

Enquanto seu irmão Stuart era preso e morto pela ditadura, em 1971, a jovem Hildegard Angel iniciava trajetória oposta, atuando no colunismo social do jornal O Globo, onde trabalharia, entre idas e vindas, por quase 40 anos. Em 1976, quando a mãe dos dois, a estilista Zuzu, foi assassinada pelo regime em um acidente de carro, Hildegard já era uma jornalista conhecida e atriz de TV. Não deixa de ser interessante que, aos 60, recém-saída do extinto Jornal do Brasil (agora só online), Hilde assuma uma postura de franco-atiradora.

Acompanhe Cynara Menezes no Twitter

Acompanhe Hildegard Angel no Twitter

Suas armas são um blog e o Twitter. Seus alvos: a mídia e a preferência pelo candidato José Serra, do PSDB _no mês passado, ela declarou voto em Dilma Rousseff, do PT. Na entrevista concedida a CartaCapital em sua cobertura de frente para o mar em Copacabana, Hildegard Angel, criadora do termo “emergente” para definir os novos ricos cariocas, diz que Lula sofre preconceito por ser um deles, na política. “Já o Serra é o valoroso self-made man”, ironiza.

CartaCapital – Por que a sra. decidiu apoiar Dilma Rousseff?
Hildegard Angel - Ela estava sendo tão massacrada que achei ser o momento de me posicionar. Era um bombardeio de e-mails, de sobrenomes coroadíssimos, atacando a Dilma. Começaram denegrindo pelo físico, que ela era feia, horrorosa, megera, medonha. Aí ela ficou bonita e não puderam mais falar. Então começaram a atacar a parte moral, que ela é assassina, terrorista, ladra. Isso é um reflexo da impunidade. Enquanto não colocarmos nos devidos lugares os que foram responsáveis pelas atrocidades da ditadura eles vão se sentir no direito de forjar uma realidade inexistente, de denegrir nossos mártires, nossos heróis.

CC – Antes desta eleição, a senhora já tinha se posicionado politicamente?
HA – Não. Em nível nacional é a primeira vez. E acho que meu depoimento, e o almoço que a Lily Marinho (viúva de roberto Marinho) promoveu, romperam o círculo demonizante erguido em torno da Dilma. Ali fez-se uma fissura. A classe alta pensante, os ricos mais liberais, se permitiram uma abertura.

CC – D. Lily Marinho apoia Dilma?
HA – A Lily passou a apoiar a Dilma depois que a conheceu. Quando ela fez o almoço para a Dilma, estava agindo como a mulher do Roberto Marinho, que está acima do bem e do mal e que pode se dar ao luxo de receber quem bem entende. Mas a Dilma conquistou a Lily. Antes do almoço, podia até haver a idéia de receber também os outros candidatos. Depois, não havia mais.

CC – Houve reação dos filhos de Roberto Marinho pela madrasta ter recebido a candidata do PT?
HA - A Lily tem uma relação tão harmoniosa, tão respeitosa com eles, que acho que jamais teriam qualquer tipo de reação. O jornal e toda a organização têm sido muito duros com a Dilma, mas a única matéria positiva sobre ela até hoje em O Globo, da primeira até a última palavra, foi a do almoço com a Lily.

CC – Há quatro anos o ex-prefeito de São Paulo Claudio Lembo fez uma crítica, surpreendente para alguém do DEM, contra a elite branca. A sra. acha que falava só da paulistana ou da carioca também?
HA – Da elite brasileira como um todo. É uma elite preconceituosa, que tem seus valores, seus princípios, e acha muito difícil abrir mão de suas convicções.

CC – Que tipo de rico tem preconceito com Lula?
HA - O rico do passado, da herança, do aluguel, muito apegado a tradições, a sobrenome. É uma elite na maioria não produtiva, porque a elite produtiva, o homem que emprega, que gera progresso, desenvolvimento, não deixa de aplaudir o Lula. Mas às vezes a mulher deste homem não aplaude… Diplomatas aposentados também têm preconceito com Lula. O Itamaraty sempre foi o filé mignon do serviço público brasileiro, pela cultura, pela erudição, pelo savoir faire. E a política externa atual vai na contramão disso tudo. Esse é um segmento social que rejeita o Lula, o dos punhos de renda.

CC – Nos círculos que frequenta, ainda há gente que faz piada com a origem humilde de Lula?
HA - O vaivém dos e-mails de gente da classe A contra o Lula é de uma variedade enorme…. Por exemplo: as festas caipiras do Lula incomodaram muito. Já a Zuzu Angel sempre viu uma beleza extraordinária na caipirice, tanto que foi a primeira a usar as rendas do Norte, a misturar com organza, a usar as chitas, hoje tão na moda. Minha mãe tinha uma frase: a moda brasileira só será internacional se for legítima. Por isso foi a primeira a ter penetração no exterior. De certa forma, o Lula, com as festas caipiras dele, fez o que a Zuzu fez em 1960 com a moda caipira dela.

CC – Serra também tem origem humilde. Por que não existe este preconceito com ele?
HA - Porque o perfil do Lula se adequa mais ao do emergente. O do Serra é o do valoroso self made man… O Serra, para ser o homem que é, teve de dominar os códigos da elite, pelo estudo, pela convivência com pessoas intelectualmente superiores. Já o Lula foi abrindo caminho na base da cotovelada. E, de certa maneira, se manteve fiel à sua raça. Não se transformou com a ascensão, não se desligou, guardou seu ranço de pobreza, a memória do sofrimento. Isso o tornou mais sensível.

CC – E por outro lado o faz ser malvisto?
HA - Sim, porque nunca será um igual e nem faz questão. A dona Marisa Letícia nunca abriu seus salões. Durante o governo FHC, fui inúmeras vezes convidada para recepções no Itamaraty e, em governos anteriores, até no Palácio da Alvorada. No governo Lula só fui convidada uma vez, para o Itamaraty. Black-tie nunca existiu. Isso cria uma limitação de trânsito social. Não há uma interação para esta sociedade se inserir dentro de uma linguagem que não seja de gabinete junto à família Lula. Talvez ele não se sentisse confortável fazendo isso, não é sua praia.

CC – Ainda tem muito preconceito de classe no Brasil?
HA - Cada vez menos, mas tem. O que Lula sofre é preconceito de classe, mas está sendo superado por ele mesmo. Essa possível vitória da Dilma mostra que não é só o povão, não é são só aqueles que melhoraram de situação. Tem muito rico pensando diferente, saindo do casulo, desse gueto de pensamento.

CC – O interessante é que o dinheiro também tem de ser bem-nascido. De padaria, de marmita, não é dinheiro “bom”.
HA - O dinheiro do comércio sempre foi visto no Brasil como um dinheiro sem base cultural, de origem ruim. Já o dinheiro da indústria, da área financeira, era “digno”. Agora, com a falta generalizada de dinheiro no meio dos que eram muito ricos, essas pessoas deste dinheiro de origem menos nobre conseguiram uma posição de respeitabilidade no ambiente social.

CC – Os emergentes são mais respeitados?
HA – São mais aceitos, embora o verdadeiro emergente não esteja mais preocupado com isso. O verdadeiro emergente não tem aquelas veleidades do nouveau riche de antigamente. O nouveau riche de ontem queria entrar para o soçaite, que seus filhos estudassem com os filhos do soçaite, tinham aquela visão encantada da alta sociedade. O emergente de hoje tem mais noção do seu poder, não é tão submisso. Com o empobrecimento do rico tradicional, o rico do dinheiro novo se achou numa posição de não precisar fazer tanto a corte a essas pessoas.

CC – O dinheiro de Eike Batista, por exemplo, é “nobre”?
HA – Culturalmente falando, sim. Ele é filho de Eliezer Batista, que tinha grande status no país há muitas décadas. O que acontece é que o Eike sabe muito bem o que quer. Gosta de esporte, de mulher bonita, dos filhos e do trabalho dele. Sua vida é um retrato disso. Tem um carro espetacular de corrida na sala, tem casa decorada com troféus das suas lanchas. Ele poderia ter um Picasso, mas não é aquele rico tradicional. Nós temos no país essa classe da riqueza envergonhada, que não tem muito como explicar o seu dinheiro, da riqueza escondida, que não pode ser fotografada… E o Eike, como tudo dele, acredito, seja declarado lá no imposto, pode expor seu dinheiro. Ele é o rico da riqueza assumida.

CC – O jornalista Mauricio Stycer estudou a coluna de César Giobbi no Estadão em 2002, quando Lula se candidatou pela primeira vez, e concluiu que o colunista fez campanha disfarçada para Serra. Isso é comum?
HA - Ah, a Miriam Leitão também faz… É comum o colunista ter afinidade com o veículo e ter uma linha de raciocínio que vai de encontro à dele e ao meio em que convive. O Giobbi é uma pessoa estimadíssima na alta sociedade paulistana, não é visto nem como jornalista, é visto como um da turma. A Monica Bergamo (da Folha) não é vista como uma da turma. O Giobbi é um do time, então raciocina de acordo com seu time.

CC – O colunista social no Brasil sempre é de direita?
HA - Não, os colunistas têm a posição dos seus jornais. Tenho o privilégio que nem a posição do meu jornal eu tinha. O JB se manteve fazendo um jornalismo bem tucano até seis meses atrás, mas eu mantive minha independência e o jornal me deu essa liberdade, o que não é comum.

CC – Dos colunistas sociais clássicos, como Ibrahim Sued, tinha algum que era mais de esquerda?
HA - O Zózimo (Barrozo do Amaral) era visto à esquerda, mas era muito discreto, eu nunca o vi se posicionar ostensivamente na contramão do seu grupo social. Isso não existe. Havia na época uma coisa charmosa, atraente, um esquerdismo light, fazia parte do put together da elegância.

CC – A sra. teve uma trajetória bem diferente do seu irmão Stuart. Era a burguesa da família?
HA – Não, era a caçula. A sobrevivente. Eu era atriz de teatro e passei a ter uma atividade paralela, o jornalismo, que acabou se sobrepondo à atividade artística. Até porque quando entramos no processo das comédias ligeiras em decorrência da censura, não vi mais graça. Não sei se houve algum componente psicológico nisso, mas um mês depois da morte de minha mãe, não renovei mais o contrato. Estava em cartaz com uma comédia de grande sucesso, “Bonifácio Bilhões”, com Lima Duarte e Armando Bogus. Não me aproximei mais do teatro, já estava com minha carreira encaminhada para o jornalismo. De repente me vi sem mãe, sem irmão, sem irmã (enviada para a França), meu pai morando no interior com outra família. Eu era a Angel que ficou para sobreviver, na atividade que sabia fazer, o jornalismo social, mas isso me custou o preço de eu ter de me calar e nem sequer refletir. Quando se vive num processo de muito medo você não reflete, só sobrevive. Eu consegui sobreviver tão bem que hoje eu falo. E vejo pessoas que deveriam estar falando, caladas.

CC – Outro dia a sra. falou no twitter que acha que a filha de Serra, Verônica, deveria abrir o sigilo fiscal para acabar com as dúvidas.
HA – Não só a filha do Serra, todo homem público no país e seus parentes próximos deveriam tomar a iniciativa de abrir seu imposto de renda, sua evolução patrimonial. Deveria ser lei, uma obrigação ética, moral. Causa estranheza a gente ver figuras políticas carimbadas de um dia para outro mudarem de casa, de bairro, de status, de carro, de avião, sem ter uma história profissional que justifique isso. Devia partir deles, desses homens que se dizem honrados, fazer esse gesto. Por isso acho esse escândalo pífio.

CC – A sra. também criticou na rede a passeata dos humoristas contra a “censura”. Por quê?
HA – A passeata deles não era a favor do humor, era a favor do Serra, não era contra a censura, era contra o governo. Foi uma passeata que teve um defeito de origem: não esclarecer o real motivo do humor não estar liberado, que era um projeto dos deputados, não do governo ou do TSE. Ou seja, foi uma passeata ignorante que disseminava a ignorância. Quem faz humor político não pode ser ignorante, porque é o humor mais sofisticado que há. Além disso, vi no CQC eles fazendo humor de uma maneira muito grosseira com dona Marisa Letícia, dizendo que o Eike Batista tinha faturado ela e ia comprar uma coleira… Isso se diz da mulher do presidente da República? É comparável à ofensa que o Irã fez em relação a Carla Bruni.

CC – Manifestar-se politicamente agora a recoloca mais no caminho do Stuart e da Zuzu?
HA – Me sinto um pouco refém da coragem da minha família, é como se tivesse retomado meu curso. Como se cumprisse uma trajetória que estava ali me esperando, neste momento que as pessoas se acomodaram, que estão submetidas a seus empregos, todas colocadas na grande imprensa, com uma posição monocórdia, um pensamento único. Vou estar sendo dura e talvez injusta, mas é muito fácil ser herói quando isso lhe dá ibope. Difícil é ir contra a corrente quando isso vai pegar mal para você. Sou uma colunista social e meu patrimônio são as elites. Meu leitorado principal são as elites. Me surpreende e me enternece que elas me respeitem agora mais do que nunca.

CC – Pretende se tornar uma guerrilheira online?
HA – Eu seria muito pretensiosa e desrespeitosa se de alguma maneira usasse essa qualificação de guerrilheira. Guerrilheiro foi meu irmão. Eu não fui. Estou tirando o atraso, só isso.

Publicada na Carta Capital

Internet ameaçada de censura

Sorrateiramente, AI-5 Digital avança no Congresso Nacional


No início de outubro, em um Congresso Nacional esvaziado enquanto o Brasil discute as eleições, o Projeto de Lei (PL) 84/99 do senador Eduardo Azeredo, do PSDB de José Serra, foi aprovado em duas comissões na Câmara. Na calada da noite, avança projeto de deputado do PSDB para censurar internet e quebrar sigilo de internautas.

Também conhecido como “AI-5 digital”, uma referência ao Ato Institucional nº 5 que o regime militar baixou em 1968 para fechar o parlamento e acabar com a liberdade de expressão, o PL permite violar os direitos civis, transfere para a sociedade a responsabilidade sobre a segurança na internet que deveria ser das empresas e ataca a inclusão digital.

O projeto de Azeredo passa também a tratar como crime sujeito a prisão de até três anos a transferência ou fornecimento não autorizado de dado ou informação. Isso pode incluir desde baixar músicas até a mera citação de trechos de uma matéria em um blog.

Conheça os principais pontos do projeto do Azeredo.

Quebra de sigilo

Ironicamente, o PL do parlamentar ligado ao partido que se diz vítima de uma suposta quebra de sigilo nas eleições, determina que os dados dos internautas possam ser divulgados ao Ministério Público ou à polícia sem a necessidade de uma ordem judicial. Na prática, será possível quebrar o sigilo de qualquer pessoa sem autorização da Justiça, ao contrário do que diz a Constituição.

Internet para ricos

Azeredo quer ainda que os provedores de acesso à Internet e de conteúdo (serviços de e-mail , publicadores de blog e o Google) guardem o registro de toda a navegação de cada usuário por três anos, com a origem, a hora e a data da conexão.

Além de exemplo de violação à privacidade, o projeto deixa claro: para os tucanos, internet é para quem pode pagar, já que nas redes sem fio que algumas cidades já estão implementando para aumentar a inclusão digital, várias pessoas navegam com o mesmo número de IP (o endereço na internet).

Ajudinha aos banqueiros

Um dos argumentos do deputado ficha suja reeleito em 2010 – responde a ação penal por peculato e lavagem ou ocultação de bem –, é que o rastreamento das pessoas que utilizam a internet ajudará a acabar com as fraudes bancárias. Seria mais eficaz que os bancos fossem obrigados a adotar uma assinatura digital nas transações para todos os clientes. Mas, isso geraria mais custos aos bancos e o parlamentar não quer se indispor com eles.

O que acontece agora?

Atualmente, o “PL Azeredo” tramita na Câmara de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara e aguarda a posição do relator Júlio Semeghini, do PSDB-RJ.

A má notícia é que foi esse deputado que garantiu, em outubro de 2009, que o projeto aguardaria o desenrolar dos debates para seguir tramitando. Mas, Semeghini fez o contrário do prometido e tocou o projeto adiante.

Com a provável aprovação, a última alternativa para evitar que vire lei e acabe com a democracia digital no Brasil será o veto do próximo presidente.

Fonte: CUT, por Luiz Carvalho

Texto: Vermelho

sábado, 30 de outubro de 2010

Dilma e os eleitores indecisos

Quem conquistou os indecisos?



Uma imagem vale mais do que mil palavras

Fonte: Tijolaço

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Comparação de governos: PT x PSDB

1 - IstoÉ depena tucanos

Clique na figura para abrir o link

A Isto É prestou um excelente serviço ao eleitores ao publicar na edição que vai às bancas hoje e que já está disponível eletronicamente a comparação entre os oito anos do governo Lula/Dilma com o mesmo período de Fernando Henrique Cardoso/Serra.

A revista procura ser elegante, afirmando que os dois presidentes estão na lista dos mais importantes do Brasil e que ambos tiveram erros e acertos. Mas ao recorrer aos indicadores de cada gestão, a superioridade do governo Lula é avassaladora.

Chega a ser covardia os resultados que Lula tem a apresentar em termos sociais e econômicos e não há um indicadorzinho sequer que salve os tucanos.

Com Lula o país cresceu mais, a renda per capita disparou, muito mais empregos foram gerados, a produção industrial subiu, a inflação caiu e ficou totalmente sob controle e o país alcançou um novo patamar de desenvolvimento. O melhor mesmo é clicar e ampliar os indicadores acima, que falam por si.

Da IstoÉ, via Tijolaço


2 - Por que votar em Dilma em 42 segundos


Em 42 segundos, o jornalista Joelmir Betting apresentou cinco fortes razões para se votar em Dilma. Não foi declaração de voto, nem campanha eleitoral. Betting estava na bancada de um telejornal da BandNews e apenas fez uma comparação entre o Brasil às vésperas da primeira vitória de Lula, em 2002, e o país de hoje.


Os números são arrasadores. O Brasil de Serra e FHC era o país da roda presa, com indicadores medíocres e um endividamento astronômico. Um país frágil, sensível a qualquer soluço da economia internacional, sem condições de se sustentar sozinho. Tanto que foi três vezes ao FMI de pires na mão.

O Brasil de Lula e Dilma é um país pujante, crescendo a taxas consistentes, capazes de possibilitar a sua população mais emprego e melhores salários. Um país soberano, ouvido em todos os fóruns internacionais e admirado por sua capacidade de superar a mais grave crise do capitalismo desde 1929.

Do Tijolaço

Bispo de SC: Voto em Dilma satisfaz orientação papal

O Papa e a política


Já havia lido o discurso do Papa Bento XVI, aos Bispos do Maranhão, em visita ad limina apostolorum. Muito interessante o discurso do Papa. Ele não pode deixar de cumprir sua missão de Pastor Universal, exortando o Povo de Deus, especialmente no que diz respeito à defesa da VIDA.

O Santo Padre foi muito oportuno e feliz nas suas colocações, porque o Estado Brasileiro é laico, mas seu povo é religioso, e isto precisa ser respeitado. Quando digo que o povo é religioso é porque está disposto a fazer a Vontade de Deus e não somente dizer: Senhor, Senhor…, como às vezes se pretende, de maneira especial dentro da própria Igreja. Existem facções sociais, políticas e religiosas especializadas em fazer lavagem cerebral, deixando as pessoas sem convicções, mas com obsessões, e com a consciência invencivelmente errônea. Ficam semelhantes aos grãos de pipoca que levados ao fogo não estouram, e com mais fogo, mais duros ficam. Tornam-se donas da “verdade”. Estão até manipulando o texto do Papa, para justificar a sede do poder. (cf. http://www.releituras.com/rubemalves_pipoca.asp)

É a Vontade de Deus que nos salva e não a nossa, e sobre isto precisamos sempre nos exortar mutuamente, como diz o Apóstolo São Paulo. Portanto, que nossa fé seja sempre vivificada pela mútua exortação. Pode ocorrer de nos esquecermos que somos todos peregrinos caminhando para a Casa do Pai, e quando lá chegarmos, poderemos ouvir de Jesus o seguinte: “Afastai-vos de mim, vos que praticastes a injustiça, a maldade” (Lc13,27). Creio que ninguém vai querer ouvir isto naquela hora. Seu passaporte está em dia? Pode ter certeza de que a eternidade existe… Assim, busquemos alimentar nossa fé, sem esquecer, como diz o Papa, que ela deve implicar na política. A fé sem obras é morta, diz a Escritura Sagrada. E uma das obras que deve provir da fé, é o nosso voto consciente em pessoas que vão governar para o bem comum, respeitando a vida em todas as suas etapas e dimensões.

No mesmo dia em que li o discurso do Papa, assistindo ao telejornal, à noite, escutei o pronunciamento da candidata e do candidato à presidência do Brasil a respeito do discurso do Papa. Ambos concordaram com as Palavras do Papa, dizendo que é missão dele exortar para uma vida coerente com os valores da fé e da moral, e que as palavras do Papa valem para todas as pessoas de fé, no mundo inteiro.

O Papa falou, também, que o voto deve estar a serviço da construção de uma sociedade justa e fraterna, defensora vida.

Como Bispo da Igreja Católica, e como cidadão brasileiro, fico feliz por saber que nosso Presidente tem defendido a vida, e sempre se pronunciou contra o aborto. Nesses últimos anos o Brasil tem crescido e melhorado em todos os aspectos, de maneira especial no respeito à vida e a valorização da dignidade humana. Esta é a Vontade de Deus! E as pessoas, em plena posse de suas faculdades mentais, vão reconhecer esta verdade.

Nosso país está em pleno desenvolvimento e assim queremos continuar e, depois de 500 anos, nosso povo quer eleger, pela primeira vez, uma mulher que tem compromisso com a vida e provou isso com sua própria vida. Como? Ela não fugiu para o exterior durante a ditadura, mas a enfrentou com garra e, por isso, foi presa e torturada. Ela queria um país livre, e que todas as pessoas pudessem viver sem medo de serem felizes, vencendo a mentira e o ódio com a verdade e o amor, servindo aos ideais de liberdade e justiça, com sua própria vida. Disse Jesus: “Ninguém tem maior amor do aquele que dá a própria vida pelos irmãos” (Jo 15,13).

Obrigado Santo Padre por suas sábias palavras! A Dilma é a resposta para as nossas inquietações a respeito da vida. Quem sofreu nos porões da ditadura, não mata. Mas teve gente que matou a vida no seu ventre para fugir da ditadura, e portanto não deveria se comportar como os fariseus, que jogam pedras, sabendo-se pecadores. E Jesus disse: “Quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la, e quem entregar sua vida por causa de mim, vai salvá-la”(Mt 10,39)

Vamos fazer o nosso Brasil avançar ainda mais, com Dilma, que já provou ser coerente, competente e comprometida com a VIDA. O dragão devastador não pode voltar ao poder.

Deus abençoe os leitores e eleitores, governos e governados. Saúde e paz a todos (as)!

Tudo o que você me desejar, eu lhe desejo cem vezes mais. Obrigado.

Caçador, 28 de outubro de 2010

Dom Luiz Carlos Eccel - Bispo Diocesano de Caçador

Nota deste blog: Com todo o respeito ao Papa, mas como Chefe de Estado que é (do Vaticano), não deveria interferir na política de qualquer país soberano. Bispos e padres devem orientar os fiéis, segundo a sua crença, longe do oportunismo eleitoral. Já foi dito mais de uma vez, neste blog, que o aborto é um tema deveras complexo para ser levantado de modo leviano, superficial, hipócrita e oportunista, em véspera de eleição.

Eleitor de Dilma deve votar 13 antes de viajar


Os Amigos do Presidente Lula

O poço sem fundo!

Não há limites para o Zé Baixaria

Serra pede que 'meninas bonitas' consigam votos de pretendentes...

Com isso, Serra inaugura a Prostituição Eleitoral!

Amanhã Serra aparece na TV e diz que foi brincadeira...

Mas é o tipo de brincadeira que traz uma carga de desrespeito às mulheres.

Isso lembra o conselho do Serra para o índio

“Ele me disse por telefone: “Não tenho amantes”. Eu até disse: “Também não precisa exagerar”. O que tem que ser é uma coisa discreta”


José Serra manda espalhar propaganda de Dilma, com o número do Serra

Veja abaixo o adesivo que circula em carros em Campinas. É a propaganda de Dilma, com o número do Serra.

Induzir o eleitor a erro é crime previsto em lei. E não é só isso. No Twitter e no Facebook, os cabos eleitorais do Serra estão espalhando que Dilma é 45. M E N T I R A. Não caia no golpe que o candidato José Serra está tentando aplicar nos cidadãos. DILMA É 13!

Textos de Os Amigos do Presidente Lula

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Imprensa golpista: no apagar das luzes, indícios de (outra) farsa contra Dilma

O golpismo valerá a pena?

São cada vez mais fortes os indícios que que a Folha de S.Paulo prepara para sexta-feira uma edição destinada a disparar a “última bala” contra a candidatura Dilma Rousseff.

A insistência em obter os autos do processo contra ela, dos tempos de ditadura, no Supremo Tribunal Federal e, depois, no STF, visa, essencialmente, dar cobertura a uma matéria que já está escrita.

Até porque grande parte deste processo está copiada nos arquivos da Universidade de Campinas e são de acesso público. Fazem parte da coleção “Brasil, nunca mais”, do Arquivo Edgard Leuenroth, daquela Universidade.

Neles, segundo o próprio diretor do Arquivo, Alvaro Bianchi, “, não há nada nesses processos que vincule diretamente Dilma Rousseff a ações armadas, como sequestros, expropriações ou atentados contra alvos civis e militares, nem mesmo a greves ou manifestações estudantis. Ao contrário. Mesmo seus inquisidores não conseguiram estabelecer esse vínculo, não restando –senão- acusá-la vagamente de ‘subversão’ ”.

O professor Bianchi é insuspeito, pois é a favor da liberação indiscriminada dos arquivos do STM. Mas também é contra sua manipulação:

- Suprimir a memória para não perder votos não é boa coisa. Falsificá-la para ganhá-los também não, escreveu ele, num artigo publicado na Carta Capital, onde descreve o conteúdo da documentação relativa a Dilma.

O professor pode ter suas razões. Nem mesmo concordo com elas, pois a revelação daquilo que foi dito – ou que se alegou terem dito – em sessões de torturas abomináveis viola de tal forma o direito das pessoas que só elas, individualmente, podem julgar se querem tornar público, como protesto, ou se aquilo fere a si ou a terceiros,

Afinal, se esta mesma imprensa acha abominável a quebra de sigilo fiscal, revelando aquilo que pessoas disseram à Receita Federal, como pode achar normal ter o direito de revelar detalhes do que foi obtido usando de violências bárbaras? Ou o crime cometido da delegacia fiscal de Mauá é mais grave do que aquele que se cometeu nas câmaras de tortura do regime ditatorial?

A discussão, porém, não se dá nem neste plano das ideias. Não há um pingo de “direito à informação” ou liberdade jornalística neste episódio.

O material – tentando envolvê-la em casos de sangue, não posso afirmar se direta ou indiretamente- está pronto para ser publicado de forma a não ser respondido. Sexta-feira, calam-se os horários eleitorais. No final de semana das eleições, não há possibilidade razoável de contestação. Impera o silêncio, e falarão sozinhos o Jornal Nacional, a Veja, O Globo…

Não será a ética ou o amor pela verdade que os impelirá, nem também o que lhes impedirá.

A única dúvida que lhes resta é se isso adiantará para derrotar Dilma e eleger Serra.

Texto: Tijolaço

Marina desmente (outra) farsa demotucana

Falsidade ideológica da campanha tucana é desmascarada por Marina


Golpes baixos, mentiras e obscurantismo são as marcas da campanha do candidato demo-tucano José Serra, que acabou transformando o processo eleitoral deste ano num festival de baixarias. Infelizmente, tudo isto fortalece o senso comum de que a política é uma atividade suja na qual as pessoas de boa índole não devem se intrometer, o que é falso e deixa maior campo para oportunistas e reacionários.

Na reta final do segundo turno, o desespero bateu no comando da campanha tucana, que não vacilou em recorrer ao expediente da falsificação ideológica para ludibriar o eleitorado e reverter a tendência do pleito desenhada nas pesquisas de opinião. A vítima, desta vez, foi Marina Silva, a candidata do PV que obteve quase 20 milhões de votos, terminou o primeiro turno na terceira posição e anunciou sua neutralidade no confronto final entre Dilma e Serra.

Baixaria

Setores do PSDB armaram uma falsa declaração de voto da ex-ministra do Meio Ambiente, a favor do candidato tucano, e levaram ao ar, na internet, através do blog “Eu Vou de Serra 45”, com a intenção de ludibriar o eleitorado e forçar um posicionamento de Marina em prol de José Serra. Mas também desta vez o tiro saiu pela culatra.

Foi a própria Marina quem denunciou a farsa. "Infelizmente, muitos não aprenderam nada com os resultados das urnas e continuam a promover a política de mais baixo nível ao usar estratagemas banais para buscar votos", disse a senadora. "Não usem meu nome para o vale-tudo eleitoral", alertou.

Desprezo pelo povo

O episódio revela o desprezo que a direita brasileira, hoje capitaneada pelo PSDB e o DEM, nutre pelo povo brasileiro, que considera uma massa de manobra destituída de inteligência e capacidade de discernimento. Daí o recurso inescrupuloso aos preconceitos, como no caso do aborto e do casamento entre homossexuais, e à mentira. Tudo isto com o respaldo sensacionalista da mídia golpista, em que se destaca a revista Veja.

Marina mostrou que não comunga com tais métodos, condenando-os de forma contundente. "Os quase 20 milhões de brasileiros que endossaram meu projeto e o de Guilherme Leal no primeiro turno sabem que o respeito ao eleitor é um princípio inquestionável na nossa prática política, o que nos diferencia daqueles que querem o poder pelo poder", afirmou.

O e-mail falso seria direcionado aos eleitores de Marina contendo um "pedido" da senadora verde para que haja união em torno da candidatura tucana. Aliados de Dilma Rousseff já alertaram para a campanha tucana pautada nos boatos, mentiras e distorções.

Segundo várias denúncias, além de espalhar mentiras sobre a candidatura da adversária Dilma Rousseff, o PSDB de José Serra tem ainda tentado confundir o eleitor. Um exemplo é a notícia, difundida na internet, inclusive com foto, de que estariam sendo distribuídos adesivos da petista, com o número errado, do PSDB.

Da redação, com agências

Texto: Vermelho

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Corrupção tucana: só deram o "furo" depois do debate da Record

Folha só fala de roubo no Metrô-SP após debate

A Folha de S. Paulo deu uma “força” para José Serra, ao esperar o fim do debate de ontem, na Record, para divulgar algo que sabe desde quinta-feira: a fraude na licitação das obras de seis lotes da Linha Lilás do Metrô de São Paulo.

Desde o dia 21, quinta-feira, jornal teve a confirmação de que os vencedores dos lotes milionários foram exatamente aqueles cujos nomes eram sabidos há seis meses. Em 23 de abril, a reportagem do jornal registroua relação dos vencedores no 2º Cartório de Notas, em SP.

A obra, que prevê a contrução de 20 km de trilhos a um custo superior a R$ 4 bilhões pode, portanto, ter sido fonte de acertos prévios, capazes de “dar uma forcinha” aos gastos de campanha do governador que fez a licitação, José Chirico Serra.

No caso dos maiores lotes, o 3 e o 7, ainda poderia ter havido uma coincidência, porque poucas empresas possuíam o “Shield” – o popular “tatuzão”- necessário para fazer os túneis sem interferir nas construções de superfície. Mas não há coincidência possível em todos os seis lotes. Houve acerto prévio.

Mas o senhor Serra não pôde ser chamado a dar explicações ontem, quando se proclamou o grande”ficha limpa” do processo eleitoral.

Embora com retardo, ele terá de dar explicações. O jornal também deveria explicar porque atrasou por quatro dias a informação da fraude.

Até porque a Folha cobra que, para investigar supostas irregularidades do Governo Federal, tudo seja rápido, para que as eleições transcorram sob seu impacto.

Mas, no caso do Metrô paulista, que já engoliu bilhões de reais – e vidas humanas, em acidentes terríveis – a Folha se deu ao luxo de esperar.

Texto do Tijolaço
 
Link para a matéria da Folha